quarta-feira, 14 de outubro de 2009

  Orientações sobre roupas femininas



Na sociedade atual faltam autênticos modelos para nos inspirarem em todos os aspectos da vida diária. Um dos mais graves é a ausência de modelos de “como se vestir”. A veste feminina é vítima de uma depravação que repugna ao olhar saudável. A ex-modelo norte americana Colleen Hallmmond escreveu um livro chamado “Dressing with Dignity” (Vestindo-se de forma digna- tradução livre), fruto de uma intensa e extensa investigação dos documentos da Igreja sobre o tema da modéstia no vestir.


Modéstia, em sentindo amplo, é parte integrante da virtude da temperança, que é a virtude que regula nossos impulsos e nos freia para não ir para os excessos. A temperança atua para que nossos desejos e atos observem o critério da razão e não exceda seus próprios limites. A raiz da palavra modéstia é mode, como na palavra moderação. Isso significa que nós evitamos os extremos – nem muito e nem pouco . Como se diz, a virtude está no meio. A palavra virtude vem do Latim virtus, que significa força e virilidade. Incluídas na virtude da temperança encontramos outras virtudes relacionadas a ela, como a humildade, reverência por Deus, diligência, restrição das nossas paixões, controle de nossas emoções, pureza, castidade e modéstia no vestir (não somente para a mulher, mas para o homem também!).

O Catecismo no n. 2523 diz que o pudor é a modéstia e que “existe um pudor dos sentimentos, como existe o do corpo. O pudor, por exemplo, protesta contra a exploração do corpo humano em função de uma curiosidade doentia (como em certo tipo de publicidade), ou contra a solicitação de certos meios de comunicação ir longe demais na revelação de confidências íntimas. O pudor inspira um modo de viver que permite resistir às solicitações da moda e à pressão das ideologias dominantes." Mais do que nunca urge resistir! Deus precisa de mulheres fortes, que reconheçam que ser feminina não é um capricho, mas é “o desígnio de Deus. É como Deus nos criou. É um caráter que está profundamente impresso em nós, que se torna aparente no nosso corpo físico, como falamos e como nos vestimos”. Como a mesma autora diz: ”ao tentar confundir as divinas diferenças entre homem e mulher, nossa cultura conseguiu destruir a integridade de ambos… É hora de ser contra-cultura naquilo que nossa cultura desvirtuou”.

E, se ao ler estas orientações você se sentir uma E.T talvez seja devido à amplitude da ditadura da moda mundana, que simplesmente impõe vestes opostas ao nosso chamado e insiste em um “modelo” que arruína a mais bela criação de Deus: a mulher e o homem, seres criados à Sua image!

Entre os tesouros que encontrei neste está uma orientação do Vaticano sobre os critérios para que uma roupa seja considerada própria (modesta) para a mulher. É uma nota curta e clara, mas antes de citá-la vale o esclarecimento de que ser modesta não tem nada a ver com ser “brega”! Ser modesta é estar à altura da nobre vocação que nós, mulheres, recebemos de Deus. Longe de ser fruto de uma visão puritana, as orientações parte do princípio que cada mulher é um dom para a humanidade, chegando a afirmar que pelo “seu exemplo, ensino e missão, toda a sociedade pode voltar ao caminho da salvação”.

A orientação do Vaticano está assinada por Basilio Pompili, Cardial Vicário do Papa Pio XI no dia 24 de setembro de 1928, e diz: “… um vestido não pode ser considerado decente se ele tem um corte mais fundo que dois dedos abaixo da cova da garganta, o qual não cobre os braços pelo menos até os cotovelos e chega até um pouco abaixo do joelho. Além disso, vestidos com material transparente são impróprios.”

Alguns pontos para analisar:

- A nota fala de vestido, pois ele sempre foi a roupa feminina por excelência. Qual mulher pode negar que ela se transforma ao usar um vestido (ou saia), principalmente se ele for longo, solto nas pernas, com um lindo tecido? Parece que existe algo de mistério que nos faz ver como somos rainhas! Basta relembrar dos casamentos que fomos: ali todas querem parecer lindas e jamais vi uma sequer usando calça! Sabe por quê? Porque não existe calça genuinamente feminina. A calça sempre será masculina pelo corte, e portanto, deforma a beleza do corpo da mulher.

- O limite que a nota do Vaticano ensina sobre a blusa ou vestido na exposição do tórax (dois dedos) é o oposto dos super decotes e tomara-que-caia que super abundam nas vitrines. A razão é mais profunda do que parece: o seio da mulher na sociedade é imposto como objeto de concupiscência (para os olhares masculinos, a la estilo capa da revista Nova) e a facilidade com que as mulheres aceitam mostrar seus seios confirma a ausência do pudor que deveria partir primeiro delas! As partes íntimas do corpo da mulher, por estarem relacionados diretamente com a especificidade sexual do gênero feminino merecem maior respeito e decoro, revelando assim o altíssimo valor da intimidade sexual, exclusiva aos esposos.

- O limite do cumprimento dos vestidos (e saias) tem o mesmo princípio que o descrito acima: existe uma diferença entre as partes do corpo que se expõe a todos os olhares ao caminhar na rua, e o que se expõe numa intimidade sexual entre a esposa e o esposo. As mini-saias e mini-vestidos negam o pudor, que “consiste na recusa de mostrar aquilo que deve ficar escondido… exprimindo sua delicadeza [e que] orienta os olhares e os gestos em conformidade com a dignidade das pessoas e de sua união.” Qual mulher, se for sincera consigo mesma, gostaria de saber que está sendo mal olhada e mal desejada? No fundo queremos ser admiradas, porém jamais usadas!

Somente no leito nupcial, com seu esposo e com a certeza de que vivem um para o outro até que a morte os separe, é que a nudez não é mal interpretada. Ali nenhum usa o outro, e sim o ama. Ali, naquele espaço exclusivo de intimidade entre os dois, a mulher sabe que será amada até o fim por seu esposo e vice versa, de forma que “ambos estão nus e não há vergonha”. Se não existe amor “até o fim”, que é parte essencial do matrimônio, também não existe a possibilidade de uma entrega própria dos conjugues.

- Por último, a curta nota do Vaticano rejeita tecidos transparentes. Como explica Colleen: “se vestir dignamente não é só uma questão de quão exposta está a mulher, mas também é quanto está sendo mostrado das nossas formas femininas”. Hoje, é comum a mostra de partes do soutien, e também da calcinha (sic). Isso mostra o extremo da degradação da veste feminina, e infelizmente muitos estão anestesiados para rever seus “gostos” e “estilos”. E não importa a idade: senhoras casadas são, muitas vezes, mal exemplo para suas próprias filhas. Contrapondo esta maneira de pensar, que tem como consequência uma certa maneira de vestir, a Igreja ensina que “o pudor protege o mistério das pessoas e de seu amor”. É o mistério de cada pessoa que justifica a necessidade de velar o corpo e jamais mostrar, já seja por roupas íntimas ou tecidos transparentes, aquilo que Deus planejou para ser mostrado somente quando todas as exigências do amor estivessem sendo vividas, e isso só acontece somente no santo matrimônio.

Mas ao ler este artigo e olhar para o nosso guarda-roupa não podemos nos desesperar! A mudança começa com uma convicção: podemos ser protagonistas de uma nova forma de vestir, e mudando não o guarda roupa de uma vez, mas uma peça de roupa de cada vez!

Se você achou tudo isso impossível ou exagerado, lhe pediria para conversar, de coração a coração, com Nossa Senhora. Ela é a nova Eva, a Mulher escolhida para ser ícone da humanidade que acolhe o desígnio de Deus, por mais louco que possa parecer, e a felicidade de colaborar com Ele para que a obra da redenção do seu Filho fosse realidade em um de nós. Vivida nas pequenas coisas e nas grandes: como somos, falamos, agimos e também, nos vestimos.




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